Eles encontram uma jarra grega em uma academia

Eles encontram uma jarra grega em uma academia

Os alunos, supervisionados pelos arqueólogos, do 78.º Curso de Arqueologia realizaram este verão várias escavações nos restos de casas gregas que se estendem desde o momento da fundação de Neápolis. Estas obras trouxeram à luz um pequeno jarro de cerâmica ática que representa uma palestra. Na Grécia antiga eram os ginásios onde os jovens treinavam para fortalecer o corpo, mas também a mente. Nas gravuras que podem ser vistas na peça, é possível ver a silhueta negra de um corredor em atitude atlética, ladeado por outros dois que o observam. E entre os objetos pendurados acima dele, pode-se distinguir um disco.

O arqueólogo do MAC Empúries, Pere Castanyer, especifica que os restos da casa datam do final do século VI ou início do século V aC “e, portanto, é um dos primeiros que teriam ocupado Neápolis setor”. Para aprofundar os detalhes desta peça, será feito um trabalho no laboratório onde será esvaziada a terra que foi depositada no interior do jarro para tentar descobrir o que continha. “Veremos se isso nos permitirá revelar o que foi colocado ali como oferenda ou se há vestígios disso”, detalha Castanyer. Ao mesmo tempo, as paredes cerâmicas do interior serão raspadas, pois com este procedimento poderão revelar “se continha óleo ou outro líquido, as gorduras ficam impregnadas e poderemos identificá-lo”, aponta o arqueólogo.

MAIS TESOUROS Além desta descoberta, as escavações permitiram aprofundar a vida quotidiana de Neápolis. Entre as casas, durante o Curso de Arqueologia, foram encontrados restos de uma sala que poderia ter albergado uma cozinha ou um gineceu, espaço destinado exclusivamente a mulheres.

Além disso, Pere Castanyer destaca que no setor mais oriental do antigo bairro norte foram encontrados restos de fornos, alguns ainda com cinzas, que certamente serviriam para trabalhar o ferro. “São fornos possivelmente ligados à atividade metalúrgica que estariam associados ou fariam parte da fachada de algum edifício; uma prática que precisamente documentamos também em outros setores da cidade grega, como a ágora ou a stoa”, especifica o arqueólogo.

Por último, dentro dessas peças do quotidiano, o Curso de Arqueologia permitiu também desenterrar diversas moedas, que fariam parte das primeiras cunhagens feitas em Empúries a partir de finais do século IV a.C., e localizar uma pulseira em osso com decoração com nervuras.

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