Castelló d’Empúries, território medieval

Castelló d’Empúries, território medieval

Nem a ameaça de chuva, nem o facto de segunda-feira não ter sido feriado este ano, afectaram a Terra de Trobadores. A festa medieval de Castelló d’Empúries encerrou no passado domingo a sua 32.ª edição, mantendo o número de espectadores dos últimos anos, situando-se na casa dos 50.000 visitantes. Números que se explicam em grande parte pelas mais de duzentas atividades que fizeram parte de uma celebração que durante três dias transportou o concelho para a Idade Média.

Condes, cavaleiros, bruxas, condessas, torneio de luta livre, música, danças, comida de época, mercado medieval, dinheiro medieval, cavaleiros, princesas, músicos, artistas, trovadores, artesãos… Tudo isto fez parte da festa medieval, que outrora novamente teve como atividade principal as justas de cavaleiros em frente ao tribunal do condado, e centenas de espectadores que puderam desfrutar dos acontecimentos do torneio medieval.

TERRA DE REUNIÕES PARA TODOS. Apesar do grande número de propostas este ano, a programação não deixou de fora eventos clássicos como o mercado medieval, a 8ª edição do ciclo musical “So de lonh”, os espetáculos de rua itinerantes, a mostra de artesanato ou os jantares medievais.

O Camí de l’Infern e o espetáculo de fogo em frente à Basílica de Santa Maria ganham cada vez mais popularidade entre o público. A espectacularidade também tem sido destaque de outras atividades como o concerto Els Berros de la Cort com a participação da empresa Arpispas, que surpreendeu com a sua encenação.

Além disso, este ano as propostas de companhias internacionais como o espectáculo Edukikan, protagonizado por acrobatas togo que têm mostrado as suas acrobacias com palafitas rústicas de três metros de altura, bem como a proposta do português Malatitsch e a sua mistura de várias técnicas de diferentes artes para criar shows, tiveram uma excelente resposta do público.

A tudo isto devemos acrescentar mais uma vez o elevado nível de recriações históricas realizadas por entidades do município, como Despertaferro, o Cort d’Empúries, os Arqueiros ou o Grup Cavallista de Castelló d’Empúries, entre outras, que todos os anos conseguem elevar ainda mais a fasquia, como destaca a prefeita do município, Anna Massot: “Ano após ano dedicamos um esforço maior para melhorar o rigor histórico das atividades para oferecer uma programação que seja atrativa para todos os públicos, mas ao mesmo tempo, conseguir uma recriação histórica fiável da vida medieval no concelho de Empúries”.

Seguindo esta linha, e para conseguir ainda mais envolvimento dos residentes de Castellón, este ano o envolvimento de quinze alunos do Instituto Castelló d’Empúries e do Instituto Escola El Bruel – Empuriabrava, que têm colaborado em diversas tarefas de produção no âmbito do serviço comunitário projeto.

JOGLARS E TROVADORES. Este ano o tema da edição foi “A arte de encontrar e os menestréis no concelho de Empúries”, mesmo nome do estudo que o investigador e musicólogo Antoni Madueño Ranchal publicou este ano, onde explica quais eram os motivações que moveram os trovadores a comporem os seus poemas, como as apresentações na corte da comarca de Empúries ou os instrumentos musicais que nelas participaram. Além disso, a programação incluiu diversas atividades diretamente inspiradas nesta figura histórica, como a primeira amostra de canção improvisada, um concerto de Guillem de Berguedà de Francesc Ribera (Titot) com direção musical de Marcel Casellas, a atuação de caramusses, percussão e cordas dos menestréis da Loa Trovadoresca no Porto, e uma adaptação do popular Cau de les Bruixes.

NOMEAÇÃO IMPERDÍVEL. Os castelhanos e visitantes têm esta festa marcada no seu calendário. Um facto que se tem verificado este ano, pois apesar de grande parte do público se ter registado no horário de sábado à tarde, Massot diz que “houve um aumento de pessoas que nos visitam na sexta-feira. Este aumento está em crescendo, vemos que está a aumentar cada vez».
O interesse pela Terra dos Trovadores também tem sido evidente na secção gastronómica, já que devido à afluência massiva de pessoas, algumas tascas ficaram sem stock no sábado à noite e tiveram de reabastecer mais produtos no domingo de manhã para poderem servir a alta demanda. Precisamente a oferta gastronómica do festival «continua a ser muito bem valorizada pelo público», aponta a organização.

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